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Rio Grande está entre as 50 cidades mais violentas do Brasil

Dados levados em consideração pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública são do ano passado, quando o Município registrou índice de 53,2 mortes violentas por mil habitantes

Foto: Divulgação - Prefeitura -

A divulgação, nesta semana, da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com dados inéditos sobre ocorrências criminais registradas em 2022, com o Município de Rio Grande alcançando o 24º lugar no ranking das 50 cidades mais violentas do Brasil, gerou questionamentos e até indignação por parte das autoridades.

A titular da 7ª Delegacia Regional, Lígia Furlanetto, faz questão de frisar que essa posição se deve somente ao ano passado, quando Rio Grande registrou 99 mortes violentas, chegando a alcançar um índice de 53,2 mortes por cem mil habitantes. A delegada aponta que este ano Rio Grande teve uma redução de 58% dos homicídios, que está há três meses entre as poucas cidades que compõem o programa RS Seguro e que teve redução em todos os seus indicadores criminais.

Conforme os índices deste ano, as ações policiais cuminaram na redução dos roubos a pedestres, homicídios e roubos de veículos. “O cenário é absolutamente diferente do ano passado, em que uma disputa por facções rivais (envolvendo uma de Pelotas) fez disparar os números de homicídios e colocar Rio Grande nessa posição nunca antes ocupada”, destaca a delegada.

Em referência especialmente aos homicídios, a delegada observa que Rio Grande reduziu drasticamente os índices, dando a volta por cima. O destaque fica para o trabalho conjunto da Polícia Civil e Ministério Público, nas últimas semanas, em duas operações, desmantelando a maior organização criminosa do Município, com ramificação no comércio do gás e com laços com uma facção de Pelotas. Essas ações resultaram inclusive na prisão de líderes dessas facções.
O delegado titular da Delegacia de Homicídios, Alexandre Mesquita, ressalta que entende que a divulgação do Anuário acabe trazendo algum comentário e reflexão. “Mas se seguirmos focando e olhando pro passado, deixamos de ver que a realidade hoje já é outra”, destaca.

Mesquita salienta ainda que, utilizando o mesmo divisor de cem mil habitantes, nos últimos 12 meses a taxa cai para 31,1; nos últimos seis meses para 13,9 e nos últimos três meses a taxa é de 4,8 (dados do Observatório de Segurança, da Secretaria de Segurança Pública).

O que diz a Brigada Militar
Assim como os índices criminais tiveram redução nos principais crimes, houve uma queda na apreensão de armas em Rio Grande. Conforme o capitão Fábio Mendonça, subcomandante do 6º BPM, de 1º de janeiro a 21 de julho de 2022 foram retiradas das ruas 262 armas. Este ano, em igual período, 149 armas. A redução das apreensões é justificada pelo capitão: “ano passado tínhamos mais reforços policiais atuando em Rio Grande, logo tínhamos mais abordagens e prisões”.
Além disso, salienta o policial militar, “como ano passado tínhamos muitos homicídios, todos os criminosos andavam armados. E, por fim, como foram muitas armas apreendidas, até repor esse armamento leva tempo e custa dinheiro”.

Em Pelotas
O Observatório de Segurança Pública e Prevenção Social de Pelotas divulgou relatório de outubro de 2022, que mostrou queda nos números de crimes contra a vida e o patrimônio no Município, de acordo com a série histórica desde 2017. De janeiro a outubro do ano passado, Pelotas registrou 16 mortes violentas. Em 2021, foram 21 vítimas. Os números mostram que, em 2017, Pelotas chegou a registrar 32,2 homicídios por cem mil habitantes, enquanto no Estado a taxa era de 26,4 e, no Brasil, 27. Em 2022, a taxa na cidade caiu para 4,7 (com registros entre janeiro e outubro), enquanto no Estado foi de 11,9 no mesmo período.

O coordenador do Observatório, Samuel Rivero, avalia a mudança do cenário em Pelotas, como um indicador positivo dos esforços implementados pelo Pacto Pelotas Pela Paz e pelas iniciativas locais para enfrentar a violência na cidade. A redução significativa nos índices de crimes violentos letais intencionais (CVLI) é um sinal claro de que as políticas de segurança, o trabalho conjunto das forças policiais, a integração de recursos e ações preventivas têm sido efetivos.
Ele considera um resultado notável a diminuição de 120 mortes violentas, em 2017, para 23 em 2022, representando uma queda de mais de 80%. “Essa diminuição deve ser comemorada, pois demonstra que a cidade está progredindo no sentido de proporcionar um ambiente mais seguro para todos.”

Rivero sinaliza ainda que a redução dos roubos a pedestres também é um indicador importante de melhoria na segurança pública. A queda de mais de 2/3 nos roubos desde 2017, com o número se mantendo em cerca de mil registros anuais nos últimos três anos, mostra que as ações de prevenção e o foco na segurança têm sido eficazes na diminuição desse tipo de crime.

“A ausência de Pelotas no estudo sobre violência divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública deve ser interpretada como um sinal positivo”, diz o coordenador do Observatório, destacando ainda que essa melhoria na segurança não significa que o trabalho está concluído. “Ainda é necessário continuar monitorando e investindo em ações preventivas e políticas públicas para garantir que a tendência de queda nos índices de violência seja sustentável e que a segurança continue a melhorar”, finaliza Rivero.

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